O nosso cão é de médio porte, com peso normal entre 11 e 15kg quando adulto. Desde o seu nascimento tomou todas as vacinas recomendadas, inclusive contra a leishmaniose, e usou repelentes, tipo o Max 3.
Mas mesmo assim, a partir do surgimento da queda de pêlos em volta dos olhos, solicitamos o exame de sangue e deu positivo para a Leishmaniose. Isso ocorreu em junho de 2011, ele tinha apenas 1 ano e três meses na época.
Porém, e essa é a primeira dica importante aos donos de cães, apenas o exame de sangue não é suficiente para fazer a constatação com 100% de segurança, e sim o da medula óssea. Na cidade em que moramos não existe este exame, e na época não tínhamos o conhecimento que temos hoje, por isso iniciamos o tratamento apenas com o exame de sangue (o que foi um erro, mas posteriormente o exame de medula realizado em Brasília DF também deu positivo).
Constatada a doença através do exame de medula, a primeira coisa a se fazer ter é calma, e saber que o seu cãozinho tem tratamento com boas perspectivas de sucesso, principalmente se ele for jovem, como era o nosso caso. Evite contar para outras pessoas que não têm conhecimento do assunto, pois no Brasil a cultura é de sacrifício dos cães, mantenha sigilo e procure um veterinário que seja a favor do tratamento.
No nosso caso, iniciamos o tratamento na nossa cidade, com orientação veterinária acompanhada de exames periódicos. Mas depois preferimos mudar para um especialista em Brasília DF, com renome nacional no tratamento contra a leishmaniose e com uma clínica que supria todas as necessidades.
Pelo fato do nosso cão ser jovem e o tratamento ter começado rapidamente, ele teve poucos sintomas da doença, mas alguns ocorreram:
+ Queda de pelagem em algumas partes do corpo: tratadas com Loceryl creme.
+ Imobilização de alguma patinha: tratada com Alcort.
Estes foram os sintomas externos apresentados, mas internamente, através dos exames de sangue, também foram encontrados micro cristais na urina e quadro de anemia. No mais, o nosso cachorro nunca teve lesão renal ou em outro órgão. Também vale dizer que mesmo com o quadro de anemia apresentado no exame de sangue, ele continuou sendo um cão ativo e brincalhão.
Bom, resumindo, durante vários meses o nosso cão foi medicado com Alopurinol e Cimetidina (isso vai acontecer para o resto da vida), Vibramicina (contra a anemia), Sepurim (para ajudar com os cristais na urina), Organact (suplemento alimentar), coleira Escalibur e Max3 (repelentes contra o mosquito), dieta baseada na ração Urinary ou Renal (é muito importante que o cachorro continue se alimentando, contra a falta de apetite dele misturávamos fígado moído ou carne moída cozidos e sem tempero e às vezes ovo cozido).
Com o tratamento acima, pode ocorrer o controle da doença, mas nunca a sua cura. A cura apenas ocorrerá com a aplicação de parasitidas, tipo o Milteforan, Glucatime e outros. Lembrando que no Brasil este tipo de droga ainda é proibida, o que é um absurdo, pois em toda a Europa é utilizado e com resultados confirmados.
Na verdade, o nosso país é de uma cultura tão pobre, a politicagem é tão escancarada, os cidadãos são tão omissos, que o Min. da Saúde recomenda o sacrifício dos cães com exames de sangue positivos como combate à Leishmaniose, em detrimento da real causa da doença, que á a falta de saneamento básico.
O primórdio de tudo é a corrupção que ocorre neste país, não se aplicando o dinheiro necessário no saneamento básico, permitindo a disseminação do mosquito transmissor da leishmaniose e outros hospedeiros, como os ratos.
Além do mais, sacrificar um cachorro com leishmaniose apenas baseado no exame de sangue é um crime!! Apenas o exame de medula pode detectar realmente a doença e o mais importante, nem todo cachorro contaminado é infectivo. Isso mesmo, dependendo da proporção de protozoários, ele é incapaz de transmitir a doença ao ser humano, além dos repelentes utilizados, como a coleira e os Max3.
Voltando ao nosso assunto principal, como fomos morar em Portugal por alguns meses, levamos o nosso inseparável cachorro e lá continuamos o seu tratamento, e o veterinário achou que para o seu caso era melhor a utilização do Milteforan. Como dito antes, na Europa o tratamento é normal, por lá não existe a cultura de sacrifício dos cães, eles são medicados e curados. Inclusive, tanto o Milteforan e Glucantime existentes por lá são de tratamento veterinário e não humanos.
Lá em Portugal compramos por um site, o portalmascota, inclusive, o site diz que faz vendas para o Brasil, mas sobre isso não sabemos precisar detalhes. Enfim, com o Milteforan por 60 dias, dado diretamente ao animal via oral e não por 28 dias e misturados à comida como diz o Portal Mascota, o nosso animal se recuperou e há aproximadamente 15 dias, depois de 10 meses de tratamento, recebemos o exame de medula negativo!! A melhor notícia de todas!!
Mas a doença deixa consequências, como fígado ou rins comprometidos e por isso Alopurinol, Cimetidina, Ração Renal ou Urinary e Organact devem o acompanhar pelo resto da vida.
Bom, como dito anteriormente, não somos médicos veterinários, somos leigos na teoria do assunto, este blog é apenas para incentivar a cultura do tratamento dos cães, pois só assim pode ocorrer a mudança na lei e a cessação do sacrifício de animais passíveis de tratamento ou até mesmo saudáveis.
Você que é dono de um cão com a doença constada, fique calmo, procure orientação, veja se é ou não infectivo, veja qual o melhor tratamento e boa sorte!!